Verifica-se no Espírito Santo uma
tendência sui-generis: uma quantidade considerável, sobretudo de jovens,
descendentes daqueles camponeses italianos, na universidade, nas empresas e em
todos os ramos da atividade pública, requer no vice-consulado honorário ou nas
entidades de cultura italiana, que se multiplicam como cogumelos nas pequenas
vilas e municípios, a dupla cidadania. Ser ou não ser cidadão é uma questão de
auto-estima, é uma questão de identidade.
O Espírito Santo deve ter mais de um
milhão e meio de cidadãos brasileiros que, virtualmente, pelo iussanguinis
têm direito à dupla cidadania. Calcula-se que o Brasil tenha mais de dez
milhões nesta condição. O que não é um problema para o estado e para o país
pode tornar-se um sério problema para a Itália.
Mas o problema da dupla cidadania
deve ser discutido em nível político e diplomático. São, afinal, direitos e deveres consignados
nas respectivas constituições dos dois países.
O fenômeno interessante que está por
trás desta procura e demanda é a questão da identidade ítalo-capixaba. Quem
nasce no Espírito Santo é espírito-santense. Capixaba é o patronímico dos
nascidos na ilha de Vitória que é a capital do estado e que, por extensão, se
aplica a todos os nascidos no Espírito Santo.
Entendem que não basta ser
cidadão de um país mas cidadãos do mundo. O jovem do Espírito Santo sabe que
não é a polenta, o vinho, a canção ou a saudade dos “nonnos” que o fará
italiano ou brasileiro. É mais. É um patrimônio de vida e de cultura legado
pelos antepassados que não vai perder-se através do tempo, mas vai firmar-se na
História.Ilustração de um passaporte Italiano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário