quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Cidadania e identidade

Verifica-se no Espírito Santo uma tendência sui-generis: uma quantidade considerável, sobretudo de jovens, descendentes daqueles camponeses italianos, na universidade, nas empresas e em todos os ramos da atividade pública, requer no vice-consulado honorário ou nas entidades de cultura italiana, que se multiplicam como cogumelos nas pequenas vilas e municípios, a dupla cidadania. Ser ou não ser cidadão é uma questão de auto-estima, é uma questão de identidade.
O Espírito Santo deve ter mais de um milhão e meio de cidadãos brasileiros que, virtualmente, pelo iussanguinis têm direito à dupla cidadania. Calcula-se que o Brasil tenha mais de dez milhões nesta condição. O que não é um problema para o estado e para o país pode tornar-se um sério problema para a Itália.
              Mas o problema da dupla cidadania deve ser discutido em nível político e diplomático.  São, afinal, direitos e deveres consignados nas respectivas constituições dos dois países.
O fenômeno interessante que está por trás desta procura e demanda é a questão da identidade ítalo-capixaba. Quem nasce no Espírito Santo é espírito-santense. Capixaba é o patronímico dos nascidos na ilha de Vitória que é a capital do estado e que, por extensão, se aplica a todos os nascidos no Espírito Santo.
               Entendem que não basta ser cidadão de um país mas cidadãos do mundo. O jovem do Espírito Santo sabe que não é a polenta, o vinho, a canção ou a saudade dos “nonnos” que o fará italiano ou brasileiro. É mais. É um patrimônio de vida e de cultura legado pelos antepassados que não vai perder-se através do tempo, mas vai firmar-se na História.
Ilustração de um passaporte Italiano.

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