Emigração significava abandono. O que
parecia um jogo de palavras era, no entanto, um problema fundamental para os
imigrantes. Identidade não é coisa que se arranca de um povo tirando-o de um
lugar e colocando-o num outro. Também não foi uma viagem de trinta ou quarenta
e cinco dias de navio que apagou a sua especificidade, a sua diferença.
Identidade é o reconhecimento social da diferença e ela aparece no conflito das
culturas.
Não é o momento de teorizar a
questão da identidade. É preciso historiar o sangue nas veias, alguns fatos, o
tempo da ocupação do lugar chamado Espírito Santo, no Brasil, para que se possa avaliar a importância e dimensão deste acontecimento. O tempo desta aventura durou somente vinte anos, ressaltando-se que, no dia vinte de julho passado, completaram-se cem anos da proibição, por parte do governo italiano, da imigração para aquela então província. O que motivou tal proibição foi a instalação de imigrantes, na sua maioria lombardos, no núcleo Muniz Freire às margens do caudaloso Rio Doce. O representante consular caracterizou a iniciativa como um desastre. Foi o último.
Enrico Ferri (1856 – 1929) foi um criminologista e político socialista italiano.
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